As mudanças que ocorreram no setor produtivo nos últimos 20 anos deram um lugar especial à educação profissional. Vivenciamos nesta ultima década uma forte expansão do setor tanto no setor público quanto no privado, diga-se de passagem, também financiado pelo setor público. Com base em Zarifian (2001, p. 135), pode-se afirmar que há uma mudança de eixo nas relações entre trabalho e educação, a partir da mediação da base microeletrônica com seus impactos nas formas de toyotistas de organizar o trabalho, que se evidencia a partir da mudança na natureza do trabalho, que deixa de significar fazeres, para passar a significar intervenção. Tem-se a necessidade de que a formação dada a esses profissionais que atuarão no setor produto produtivo que os conhecimentos adquiridos nesse formação transformem-se em competências.
o desenvolvimento de competências cognitivas complexas e de
relacionamento, tais como análise, síntese, estabelecimento de
relações, criação de soluções inovadoras, rapidez de resposta,
comunicação clara e precisa, interpretação e uso de diferentes
formas de linguagem, capacidade para trabalhar em grupo,
gerenciar processos para atingir metas, trabalhar com prioridades,
avaliar, lidar com as diferenças, enfrentar os desafios das mudanças
permanentes, resistir a pressões, desenvolver o raciocínio lógicoformal
aliado à intuição criadora, buscar aprender
permanentemente, e assim por diante (Kuenzer, 1999).
Dessa forma tem-se a necessidade de que o conhecimento a ser trabalhado seja articulado entre teoria e prática. Assumindo a forma de Práxis. Há de se ressaltar nesse contexto o trabalho da Marise Ramos (2001), que desenvolver competências não é atribuição da escola apontando que o desenvolvimento de competências acontece no espaço laboral, embora os processos escolares contribuam para este desenvolvimento através da promoção do acesso ao conhecimento e ao domínio do método científico, desde que integrados à prática social.
Dentre essas importantes necessidades de formação supracitada faz-se uma reflexão sobre a formação do professor da educação profissional. Sabemos que muitas vezes esses professores vem de bacharelados, engenharias com pouco ou nenhum conhecimento na área didática. Sem um curso de licenciatura. Há de considerar que ser um bom engenheiro mecânico não significa ser um bom professor,capaz de transpor o conhecimento científico para os espaços escolares.
Para entendermos como a formação de professores vem sendo tratada na educação profissional, faz-se necessário uma análise histórica contextualizando essa formação nesse processo.
Em construção...