O nosso país em seu percurso
histórico traz como marca forte a desigualdade social, fruto de uma colonização
predatória e que, na contemporaneidade,
se agrava devido aos interesses do grande capital hegemônico. Um ciclo vicioso
perverso que desde sempre atende prioritariamente aos interesse das elites.
Atuar na gestão do serviço público traz a honrosa condição de se situar na
sociedade como agente de transformação com foco na superação dessas
desigualdades e da construção da justiça social. O Instituto Federal de
Educação Ciência e tecnologia surge como fruto de uma politica publica que
promove a valorização da educação e das instituições públicas, assumidas como fundamentais para a construção
de uma nação soberana e democrática, o que pressupõe o combate às desigualdades
estruturais de toda ordem. O que a experiência em gestão publica trouxe de mais
importante foi vivenciar os princípios da gestão democrática e participativa
dentro da instituição. A criação de instancias colegiadas e representativas
dentro do campus me proporcionaram a construção de habilidades politicas e
dialógicas que favoreciam o processo de tomada de decisão em questões coletivas
e discricionárias dentro do campus. Grande satisfação foi perceber que a
participação dos alunos de forma deliberativa ou consultiva nesse processo de
gestão democrática trouxe a eles uma valorosa aprendizagem cidadã que os
prepara para viver em sociedade. Incluir em seu percurso formativo a
perspectiva da participação fez com que a utilidade dos conteúdos técnicos e
propedêuticos da educação profissional fossem para além da perspectiva
imediatista do mercado. Dessa forma o que se propõe é a formação de um individuo
com múltiplas capacidades: trabalhar, viver coletivamente, agir autonomamente
sobre sua realidade e contribuição para construção de uma sociabilidade de
fraternidade e justiça social.
Maíra Nobre
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